"Para
mim, hoje, a gravidez é um milagre que vai acontecendo... afinal, não
sabia nada acerca do que é estar grávida! Ao mesmo tempo, muito do que
experienciei já tinha sido contado por alguém, mas a nossa história é
sempre a nossa história única e inconfundível nos pormenores!
Vim
a descobrir muito cedo que a minha gravidez poderia vir a ser uma
vivência humana, intensa, de amor, animal, espiritual, de união e
transmutação! A Patrícia fez-me encarar todas estas faces da minha
gravidez, de coração aberto, na prática... misturar-me com a terra,
banhar-me na água; ouvir e confundir-me coma árvore; entrei no labirinto
e saí dele; lançei bençãos à lua e medos ao fogo; senti a dor e o
relaxamento profundos; desvendei os dilemas de todo um processo de
transformação e renascimento; entreguei-me; dei mais e mais
oportunidades ao meu relacionamento; reencontrei a força e confiança
feminina e conectei-me com o masculino; dançei e embalei o meu bebé
ainda no ventre... se uma noite desesperei, ao amanhecer
agradeci...Tratou de mim como de uma deusa e transmitiu-me a coragem
de uma guerreira!
Através
dos concertos meditativos com o seu companheiro, dos retiros para
casais grávidos, dos círculos maternos, da reflexologia e do seu coração
de mãe que acolhe e serve uma filha a qualquer hora, e lhe ensina a
pescar, a Pati foi um doula respeitadora, dedicada a 100%, presente,
madura que eu saúdo com sincero agradecimento; é, por fim, quem eu
gostaria de ter comigo no nascimento do meu próximo filho!" S.
"Mamã se tu estás bem então eu também!"
Porque a fase de gestação é tão importante na formação do novo ser sentimos que é necessário dar atenção ao novo bebé e à nova mamã - pois os dois estão intrisicamente relacionados.
Durante a gravidez o corpo atravessa mudanças significantes; estas mudanças afectam o equilíbrio emocional, hormonal e físiologico da mulher.
Tudo o que a mãe sente e experiência é absorvido pelo bebé formando assim parte do seu ser. Por isso quando a mamã está bem o bebé também está bem. Lembrando que aqui o papel do pai também é fundamental para todo o processo.
Durante a gravidez o corpo atravessa mudanças significantes; estas mudanças afectam o equilíbrio emocional, hormonal e físiologico da mulher.
Tudo o que a mãe sente e experiência é absorvido pelo bebé formando assim parte do seu ser. Por isso quando a mamã está bem o bebé também está bem. Lembrando que aqui o papel do pai também é fundamental para todo o processo.
O papel da Doula
A doula é uma figura maternal de protecção que está ao lado de outra mãe para a ouvir, proteger, apoiar e responder às suas necessidades. Por isso se diz que a doula é uma “mãe para a mãe”.
A doula não vem substituir o pai, parceiro ou qualquer outro familiar ou profissional do cenário de parto. As acções da doula nunca são conduzidas pelo seu ego mas sim pela sua sensibilidade e amor incondicional.
As doulas não executam qualquer acto médico nem fazem aconselhamento médico, mas deverão ter bons conhecimentos da fisiologia do parto e do período pós-natal de forma a que possam oferecer apoio e orientação no sentido de ajudar a mulher a encontrar as melhores soluções para o seu caso.
O que faz a Doula?
Uma doula é, geralmente, uma mulher com experiência de maternidade, que está ao lado da mãe durante o seu parto, ajudando-a a sentir-se segura de modo a que ela consiga mais facilmente dar à luz.
Geralmente, a doula conhece a futura mãe durante a gravidez, estabelecendo-se entre elas uma relação de confiança essencial ao acompanhamento do parto.
Durante o trabalho de parto, a doula está com a mãe, mantendo uma presença discreta, tranquilizadora e criando uma esfera de protecção à sua volta, assegurando a satisfação das suas necessidades básicas, privacidade, segurança, luz atenuada, redução do uso de linguagem e conforto térmico, favorecendo assim o bom desenrolar do trabalho de parto fisiológico.
No hospital, a doula é um recurso particularmente importante pois a mulher está num ambiente que não lhe é familiar, o pessoal médico não tem disponibilidade para prestar assistência contínua, e o pai muitas vezes não se sente verdadeiramente confortável por estar ao lado da mãe, nem sabe como ajudar e pode aprender. Mas é importante esclarecer que a doula não pretende ser uma substituta do pai. Ela transmite tranquilidade também ao pai, podendo ajudá-lo a prestar um melhor apoio à sua companheira, ou sentir-se à vontade para se afastar e descansar um pouco, por exemplo. A mãe assim pode relaxar, sabendo que não está a colocar essa pressão sobre o pai de a acompanhar em todo o processo. A doula constitui um apoio não só à mãe como ao casal, sendo que o seu objectivo é sempre criar um ambiente harmonioso à volta da mãe, e reduzir a sua ansiedade, pois é isso que facilitará o trabalho de parto. A doula funciona também como uma interface entre a mãe e o pessoal hospitalar, defendendo os seus interesses e desejos quanto ao seu parto.
O apoio da doula pode continuar no pós-parto, através de algumas visitas à mãe, preparando um chá ou uma refeição, fazendo pequenas tarefas domésticas que permitam à mãe passar mais e melhor tempo com o seu bebé nos primeiros dias. Noutros países existem as doulas de pós-parto especializadas neste tipo de assistência.
A doula é nos dias de hoje uma profissional da humanização do parto, que vê o parto como um evento normal e pleno de significado na vida das mulheres, e o compreende como um processo fisiológico, que não pode ser desligado das dimensões física, psicológica, sexual, afectiva e espiritual do ser feminino.
(Texto de Carla Guiomar - adaptado)
Quais os benefícios para uma grávida que é acompanhada por uma doula?
A presença da doula produz um clima de intimidade, carinho, afecto e acima de tudo segurança.
Está comprovado cientificamente que o acompanhamento da mulher por uma doula contribui para uma diminuição significativa de intervenções como o uso de oxitocina, fórceps, ventosas e cesarianas, de pedidos de anestesia por parte da parturiente, da duração do trabalho de parto, do risco de complicações pós-parto como febre materna, infecções e hemorragia. As mães relatam uma experiência de parto mais satisfatória e gratificante, sentem-se mais fortalecidas, e apresentam níveis mais baixos de ansiedade, e níveis mais elevados de atenção e receptividade para com o seu bebé, o que favorece o vínculo precoce. O risco de depressão pós-parto é diminuído.
Para o bebé os benefícios também são evidentes: o risco de complicações e de internamento prolongado é diminuído e favorece-se o sucesso da amamentação.
As vantagens também ocorrem para o Sistema de Saúde, que além de oferecer um serviço de maior qualidade, tem uma significativa redução nos custos, dada a diminuição das intervenções médicas e do tempo de internamento de mães e bebés.
(Texto de Carla Guiomar - adaptado)
Um Estudo de 1993 por Kennel and Klaus demonstrou que as mulheres que têm uma doula no seu parto experimentam:
Redução de 50% na realização de cesarianas
Redução em 25% na duração do trabalho de parto
Redução de 60% nos pedidos de anestesia epidural
Redução em 25% na duração do trabalho de parto
Redução de 60% nos pedidos de anestesia epidural
Redução de 30% nos pedidos de alívio da dor
Redução de 40% no uso da oxitocina sintética
Redução de 40% no uso de forceps.
Redução de 40% no uso da oxitocina sintética
Redução de 40% no uso de forceps.
Nas palavras do obstetra brasileiro Dr. Ricardo Jones
“As mulheres estabelecem entre si um vínculo poderoso e mágico, que a minha masculinidade não pode atingir. A intimidade psicológica, a sintonia e a confiança que uma parturiente estabelece com uma doula é algo maravilhoso, e os resultados catalogados no mundo inteiro reforçam a nossa convicção de que este é um caminho frutífero para o estabelecimento de uma nova postura diante do parto e do nascimento”.
Graduada no "Midwifery and Doula training course - ANNA, at Las Chulpas, Urubamba, Peru, 2012" :))